Fábula de Monteiro Lobato

Certa vez, um homem de bom coração caminhava por uma estrada coberta de neve, quando encontrou uma cobra tremendo de frio.

— Coitadinha! Se fica mais tempo ao relento, morre congelada.

Pegou-a nas mãos, a aconchegou ao peito e a levou para casa.

Lá a pôs perto do fogão.

— Fica por aqui em paz até que eu volte do serviço à noite. Te darei então um ratinho para a janta.  

E saiu para seu trabalho.

De noite, ao regressar, veio pelo caminho imaginando as festas que lhe faria a cobra.

— Coitadinha! Vai agradecer-me tanto…

Agradecer, nada! A cobra, já bem quentinha, o recebeu de linguinha de fora e bote armado, em atitude tão ameaçadora que o homem enfurecido exclamou:

— Ah, é assim? É assim que pagas o benefício que te fiz? Pois espera, minha ingrata, que já te curo… E então a expulsou de casa.

Conselho de vó: Fazei o bem, mas olhai a quem.

***

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Maria Cecilia

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