Lenda indígena
Os índios Oiampis contam que o rio Oiapoque nasceu da seguinte maneira:
Certa vez, a fome e as doenças afligiam a aldeia Oiampis. Tarumã era uma índia que tinha ficado viúva e estava grávida. Ela fugiu da aldeia para encontrar um lugar seguro para parir seu filho.
A índia andou por muitos dias pela mata. Quando já estava cansada, prestes a dar à luz e não podendo mais andar, resolveu pedir ajuda ao deus Tupã:
– Tupã, não posso mais dar um passo e morrerei com meu filho no ventre!
Então Tupã sentiu pena dela e a transformou em uma enorme cobra.
Tarumã, convertida em cobra, encontrou forças para seguir adiante. No dia seguinte chegou a um lugar onde havia água e terra boa para plantar, e lá ela deu à luz a uma menina linda que aninhou em seu corpo de cobra.
Depois de um tempo, ela resolveu voltar à aldeia Oiampis para avisar a todos que havia um lugar seguro para viverem.
Entretanto, quando chegou à sua aldeia foi recebida da pior maneira possível, mas era compreensível, porque os Oiampis tinham muito medo da cobra grande.
Um grupo de valentes guerreiros surgiu com arcos e flechas e começou a atacar a índia-cobra.
Tarumã não foi atingida, suas escamas eram muito grossas, mas sua filhinha não teve a mesma sorte e acabou sendo flechada.
Ao ver a filha morta, a cobra gritou de dor e tristeza.
Dos seus olhos escorreu um verdadeiro rio de lágrimas, preenchendo todo o sulco criado pelo caminho que ela fez para voltar à aldeia. Um rio imenso se criou, o Oiapoque. Tarumã mergulhou no rio e desapareceu para sempre.
Por esta razão o rio de chama Oiapoque, que significa Rio da Cobra Grande.
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