A tecelã das nuvens

História japonesa

Há muito tempo, havia no Japão um agricultor chamado Sei. Ele estava muito triste porque sua querida mãe, que era tecelã, tinha falecido.

Um dia, Sei estava semeando e pensando no quanto sua mãe fazia falta, quando viu uma cobra rastejando em direção a uma moita de crisântemos onde havia uma aranha tecendo sua teia. Ele percebeu que a cobra iria comer a aranha e para protegê-la, espantou a cobra para longe.

A noite, enquanto preparava seu jantar, pensava novamente em sua mãe e no trabalho que ela fazia como tecelã.

No dia seguinte, uma jovem bateu à sua porta, quando ele abriu, ela perguntou se ele precisava de uma tecelã. Sei ficou surpreso tentando imaginar como essa jovem poderia saber que ele realmente precisava de uma tecelã para continuar o trabalho de sua mãe.

Ele a convidou para entrar e a levou ao quarto onde sua mãe tecia, depois ele foi para seu campo trabalhar e ela ficou em casa tecendo.

A noite, quando voltou para casa, Sei ficou surpreso com o trabalho que ela havia feito, havia uma dúzia de peças prontas, muito bonitas e bem elaboradas.

No dia seguinte, quando estava saindo para trabalhar a jovem falou para ele:

– Me prometa que nunca entrará no quarto de tecer quando eu estiver trabalhando!

Ele não entendeu o porquê, mas concordou e foi trabalhar.

Porém, ficou muito curioso com o pedido dela.

Todos os dias, quando ele voltava para casa, ficava impressionado com o trabalho que ela havia feito, tanto pela quantidade, quanto pela qualidade das peças de tecido.

Um dia, já cheio de curiosidade, Sei voltou para casa mais cedo e foi até a janela para espionar a jovem tecelã e, para seu espanto, viu uma enorme aranha tecendo no quarto de sua mãe. Naquele momento ele se lembrou da aranha que ele havia salvado da cobra e entendeu que ela fazia isso como gratidão.

Sei não falou nada e continuaram vivendo normalmente.

Um dia, Sei viajou a cidade vizinha para comprar mais algodão para a tecelã, mas, quando parou na estrada para descansar a cobra entrou no saco.

Chegando em casa, Sei entregou o saco a jovem e ela entrou no quarto para trabalhar.

A jovem se transformou em aranha e começou a tecer, quando estava quase terminando a cobra saiu do saco e tentou atacar a aranha. Porém, ela foi mais rápida e saltou pela janela, a cobra a seguiu e quando estavas prestes a dar o bote, um raio de sol brilhou sobre aranha e a puxou para o céu.

Como gratidão ao sol a jovem aranha começou a tecer nuvens no céu.

Por isso, a palavra Kumo, em japonês, significa nuvem e aranha.

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