O menino que desenhava gatos

História japonesa

Há muito tempo, nos campos do Japão vivia uma família muito pobre que trabalhava em sua plantação. O casal tinha cinco filhos e todos trabalhavam no campo, exceto o mais novo, Kenji.

O caçula era muito fraco e tinha uma saúde frágil, ele gostava muito de desenhar e passava a maior parte do tempo desenhando na varanda de sua casa enquanto todos trabalhavam.

O que ele mais gostava de desenhar eram os gatos.

Seu pai, preocupado com o futuro do menino, resolveu levá-lo para um mosteiro, para que lá ele estudasse e se tornasse um monge.

O menino foi bem recebido no mosteiro e logo ficaram admirados pelos desenhos que ele fazia.

Kenji, apesar de dedicado, não conseguia acompanhar seus colegas e só queria mesmo era ficar desenhando gatos o dia todo. Algumas vezes ele era repreendido por desenhar nas paredes e pilares do mosteiro.

Um dia, muito irritado com os desenhos do menino, o monge responsável disse ao garoto que ele precisava ir embora, que a vida no mosteiro não era para ele e que ele deveria procurar outro lugar para ficar.

Muito triste Kenji foi embora, carregando somente um saco com suas roupas, alguns pincéis e tintas, porém, ele não queria voltar para casa porque acreditava que seus pais ficariam decepcionados.

Por muitos dias ele caminhou, dormia pelas estradas e se alimentava com o que lhe davam pelo caminho.

Um dia, chegou em uma cidade e logo ficou sabendo que lá havia um templo abandonado, pensou que talvez pudesse ficar no lugar por um tempo até encontrar um lugar melhor. Mas, quando estava se aproximando do templo foi advertido pelos moradores que aquele lugar era amaldiçoado por um Goblin que havia assumido a forma de um rato gigante, e também, que lá viviam muito ratos, seria impossível viver em tal lugar.

Kenji não se importou com o que falavam e só queria um teto para se abrigar. Chegando no templo viu que não havia nada de anormal no local. Não havia Goblin, nem ratos.

Depois de muitos dias sem fazer nenhum desenho, ficou feliz ao ver tantas paredes vazias. Logo começou a desenhar e, no final do dia, as paredes estavam repletas de imagens de gatos dos mais diversos tamanhos.

Quando anoiteceu, já cansado de tanto desenhar, Kenji procurou um lugar para dormir.

Quando estava quase pegando no sono viu uma fumaça verde tomando conta do lugar, imediatamente ele correu para dentro de um armário que havia no quarto e lá começou a ouvir gemidos, rosnados e miados. Apavorado ele ficou no armário a noite toda.

No dia seguinte, quando saiu do armário, pronto para deixar o lugar e nunca mais voltar, ele se surpreendeu quando olhou para os seus desenhos de gatos que estavam nas paredes. Todos eles tinham as suas bocas manchadas de sangue e no meio do salão havia um gigantesco rato morto.

O rapaz correu para o vilarejo e contou a todos o que havia acontecido, vários moradores correram para o templo e puderam comprovar as suas palavras.

Todos ficaram muito gratos por Kenji ter expulsado o Goblin do templo. Juntos, eles reformaram o local que voltou a ser um lugar de peregrinação de todo o Japão.

Kenji ficou muito famoso pelos seus desenhos que eram considerados mágicos.

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